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Antineoplásico/ Imunomodulador
IMATINIBE

Glivec 400mg comprimido​ revestido

Imatinibe 400mg comprimido 

MEDICAMENTO DE ALTA VIGILÂNCIA (MAVi)

Posologia

Consultar os protocolos individuais por doença

POTENCIAL EMETOGÊNICO

  • Mínimo a baixo.

PRÉ-MEDICAÇÃO

Se necessário:

  • Metoclopramida 10 - 20 mg, VO, a cada 6 horas, s/n.
  • Opcional: lorazepam 0,5 - 2 mg, VO, a cada 4 ou 6 horas, s/n e omeprazol ou ranitidina.
  • Monitorizar reações distônicas; usar difenidramina 25 - 50 mg, VO ou IV, a cada 4 - 6 horas para reações distônicas.
  • Não é necessário utilizar antieméticos diariamente.

PREPARO/ADMINISTRAÇÃO

  • Tomar o comprimido durante uma refeição e um copo grande de água para evitar irritação gastrointestinal.
  • Pacientes com dificuldade para deglutir os comprimidos revestidos, os comprimidos podem ser dissolvidos em um copo de água ou suco de maçã.
  • O número de comprimidos necessários deverá ser colocado num volume apropriado de bebida (aproximadamente 50 mL para um comprimido de 100 mg e 200 mL para um comprimido de 400 mg) e misturar com o auxílio de uma colher.
  • Estabilidade: a suspensão deve ser usada imediatamente após a diluição.
Ajuste Renal
  • ​Comprometimento leve (Cl 40 - 59 mL/minuto) - dose máxima recomendada: 600 mg.
  • Comprometimento moderado (Cl 20 - 39 mL/minuto) - iniciar com a dose reduzida em 50%; dose pode ser aumentada se tolerada; dose máxima recomendada: 400 mg .
  • Comprometimento severo (Cl <20 mL/minuto) - use com cautela; a dose de 100 mg/dia tem sido tolerada em comprometimento severo
Alerta

SINÔNIMOS

  • Mesilato de imatinibe

INDICAÇÕES

  • Tumor Estromal Gastrointestinal, Leucemia Mieloide Crônica (LMC) - cromossomo Philadelphia- Positivo (Ph+), Leucemia Linfoide Aguda (LLA) - cromossomo Philadelphia - Positivo (Ph+).

REAÇÕES ADVERSAS

> 10%

  • Cardiovasculares: edema, retenção de fluído, edema facial, dor no peito;
  • SNC: fadiga, febre, dor de cabeça, tontura, insônia, depressão, ansiedade, calafrios;
  • Dermatológicas: rash cutâneo, alopecia, prurido;
  • Endócrinas e metabólicas: hipocalemia;
  • Gastrointestinais: náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, anorexia, ganho de peso, dispepsia, constipação;
  • Hematológicas: hemorragia, neutropenia, trombocitopenia, anemia, leucopenia;
  • Hepáticas: aumento da ALT, hepatotoxicidade;
  • Neuromusculares e esqueléticas: artralgia, dor na junta, cãimbras musculares, mialgia, fraqueza, dor músculoesquelético, rigidez, dor nos ossos;
  • Ocular: edema periorbital, aumento da lacrimação dos olhos;
  • Renais: aumento da creatinina sérica;
  • Respiratórias: nasofagite, tosse, dispneia, infecção do trato respiratório superior, dor laringofaríngeo, rinite, faringite, pneumonia, sinusite;
  • Miscelânea: transpiração noturna, infecção sem neutropenia, influenza, diaforese.

1 a 10%

  • Cardiovasculares: rubor;
  • SNC: hemorragia cerebral, hipoestesia;
  • Dermatológicas: pele seca, eritema, reação de fotossensibilidade;
  • Endócrinas e metabólicas: hiperglicemia, hipocalemia, decréscimo da albumina;
  • Gastrointestinais: flatulência, estomatite, mucosite, perda de peso, hemorragia gastrointestinal, distensão abdominal, gastrite, refluxo gastroesofágico, ulceração na boca, xerostomia, distúrbio no paladar;
  • Hematológicas: linfopenia, neutropenia febril, pancitopenia;
  • Hepáticas: aumento da fosfatase alcalina, aumento do AST, aumento da bilirrubina;
  • Neuromusculares e esqueléticas: dor nas costas, dor nos membros, neuropatia periférica, inchaço das articulações, parestesia;
  • Ocular: visão embaçada, conjuntivite hemorrágica, conjuntivite, olhos secos, edema nas pálpebras;
  • Respiratórias: epistaxe.

< 1% (limitadas a reações importantes ou potencialmente letais; relatadas com o uso de um único agente ou com a terapia combinada, todos com ocorrência rara)

  • Síndrome de Sweet's (Dermatose Neutrófica Febril Aguda), aumento da amilase, choque anafilático, angina, angioedema, anemia aplásica, arritmia, ascite, fibrilação atrial, necrose avascular, blefarite (inflamação das pálpebras), aumento das mamas, erupções bolhosas, parada cardíaca, insuficiência cardíaca, tamponamento cardíaco, choque cardiogênico, catarata, celulites, confusão, aumento dos níveis de CPK (creatinofosfoquinase), colites, confusão, edema cerebral, queilites, ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva), desidratação, diverticulite, disfagia, embolismo, eosinofilia, eritema multiforme, esofagites, exantema pruriginoso, dermatite esfoliativa, infecção fúngica, úlcera gástrica, gastroenteritis, obstrução gastrointestinal, perfuração gastrointestinal, glaucoma, perda auditiva, hematoma, hematemese, hematúria, anemia hemolítica, hemorragia no corpo lúteo, hemorragia no cisto ovariano, insuficiência hepática, necrose hepática, hepatite, herpes simples, herpes zoster, hipercalemia, hipercalcemia, hiperuricemia, hiper/hipotensão, hipomagnesemia, hiponatremia, hipofosfatemia, doença inflamatória intestinal, doença pulmonar intersticial, pneumonite intersticial, aumento da pressão intracraniana, icterícia, aumento do LDH, disfunção do ventrículo esquerdo, vasculite leucocitoclástica, diminuição da libido, líquen plano, ceratose liquenoide, linfoadenopatia, edema macular, melena, diminuição da memória, dor de cabeça, miopatia, neurite óptica, palpitação, pancreatite, pericardite, petéquia, efusão pleural, dor pleurítica, fibrose pulmonar, hemorragia pulmonar, hipertensão pulmonar, rash pustular, fenômeno de Raynaud, falência respiratória, infecção do trato respiratório inferior, hemorragia na retina, rabdomiólise, hemorragia escleral, convulsão, sepse, disfunção sexual, alteração na pigmentação da pele, sonolência, síndrome de Stevens-Johnson, síncope, taquicardia, trombocitemia, trombose, necrólise epidérmica tóxica, tremor, GIST, necrose tumoral, infecção do trato urinário, urticária, rash vesicular, hemorragia vítrea, vertigem.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

  • Evitar uso concomitante do imatinibe com natalizumabe, vacina (vivos), alfuzosina, dronedarona, eplerenona, everolimo, halofantrina, nilotinibe, nisoldipina, ranolazina, rivaroxaban, salmeterol, silodosina, tioridazina, tolvaptano.
  • O imatinibe pode aumentar os níveis/efeitos da paracetamol, almotriptano, alosetrona, ciclesonida, colchicina, ciclosporina, substratos CYP2D6, substratos CYP3A4, dronedarona, dutasterida, epleronona, everolimo, fentanila, fesoterodina, halofantrina, ixabepilona, leflunomida, maraviroque, natalizumabe, nebivolol, nilotinibe, nisoldipina, paricalcitol, pimecrolimus, ranolazina, rivaroxaban, saxagliptina, salmeterol, silodosina, sinvastatina, sorafenibe, tadalafil, tamoxifeno, tioridazina, tolvaptano, topotecana, antagonistas da vitamina K, vacinas (vivos), varfarina.
  • Os níveis/efeitos do imatinibe podem ser aumentados por agentes antifúngicos (derivados azole, sistêmicos), inibidores do CYP3A4 (forte e moderado), dasatinibe, lanzoprazol, inibidores da glicoproteína P, trastuzumabe.
  • O imatinibe pode diminuir os níveis/ efeitos dos glicosídeos cardíacos, codeína, prasugrel, tramadol, vacinas (inativados e vivos), antagonistas da vitamina K.
  • Os níveis/efeitos do imatinibe podem ser diminuídos por indutores CYP3A4, deferasirox, equinácea, peguinterferon alfa-2b, indutores da glicoproteína - P, derivados da rifampicina, erva-de-são-joão.
  • Evitar uso do etanol.
  • Os alimentos podem reduzir a irritação gastrointestinal. Evitar ingerir suco de toranja (grapefruit) por aumentar a concentração plasmática do imatinibe.

AJUSTE DE DOSE EM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

  • Comprometimento de leve a moderado - não há necessidade de ajuste.

NCCN - Guideline sarcomas de partes moles (v.2.2009) - GIST: reduzir a dose para 25% a 50%.

  • Hepatotoxicidade (durante a terapia) ou outras reações adversas não-hematológicas: parar o tratamento até resolver a toxicidade; pode retornar se apropriado (dependendo da gravidade do evento adverso).

NCCN - Guideline sarcomas de partes moles (v.2.2009) - GIST: edema superficial: tratar com cuidados, diuréticos ou redução da dose.

  • Se houver elevação da bilirrubina > 3 vezes acima do limite normal ou transaminases > 5 vezes o limite normal ocorrer, parar o tratamento até que a bilirrubina seja < 1,5 vezes o limite normal e as transaminases < 2,5 vezes o limite normal. Retornar com dose reduzida como a seguir:

Crianças ≥ 2 anos

  • Se dose atual 260 mg/m2/dia, reduzir a dose para 200 mg/m²/dia.
  • Se dose atual 340 mg/m2/dia, reduzir a dose para 260 mg/m²/dia.

Adultos

  • Se dose atual 400 mg, reduzir a dose para 300 mg.
  • Se dose atual 600 mg, reduzir a dose para 400 mg.
  • Se dose atual 800 mg, reduzir a dose para 600 mg.

AJUSTE DE DOSE NA TOXICIDADE

  • Leucemia mieloide crônica (dose incial 400 mg/dia em adultos ou 260 - 340 mg/m2/dia em criança), mastocitose sistemático agressivo, síndrome mielodisplásica e síndrome hipereosinofílica/leucemia eosinofílica crônica (dose inicial de 400 mg/dia, ou GIST (com dose inicial 400 mg): se a contagem absoluta de neutrófilos < 1 x 109/L e/ou plaquetas < 50 x 109/L: aguardar até que a contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,5x109/L e plaquetas ≥ 75 x 109/L; retomar o tratamento com a dose inicial original. Para neutropenia recorrente ou trombocitopenia, aguardar até a recuperação e reinstituir o tratamento com a dose reduzida conforme abaixo:

Criança ≥ 2 anos

  • Se a dose inicial 260 mg/m²/dia, reduzir a dose para 200 mg/m²/dia.
  • Se a dose inicial 340 mg/m²/dia, reduzir a dose para 260 mg/m²/dia.
  • Adultos: se a dose inicial 400 mg, reduzir a dose para 300 mg.

 

  • Leucemia mieloide crônica (fase acelerada ou crise blástica) e leucemia linfoide aguda Ph+: (dose inicial 600 mg): se contagem absoluta dos neutrófilos < 0,5 x 109/L e/ou plaquetas < 10 x 109/L, estabelecer se a citopenia está relacionado à leucemia (biópsia ou aspirado da medula óssea). Se não for relacionado à leucemia, reduzir a dose para 400 mg. Se a citopenia persistir por mais de 2 semanas, promover uma nova redução da dose para 300 mg. Se a citopenia persistir por 4 semanas e ainda não estar relacionado com a leucemia, aguardar o tratamento até que a contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1 x 109/L e plaquetas ≥ 20 x 109/L, então retomar o tratamento com 300 mg.

 

  • Mastocitose sistemático agressivo associado à eosinofilia e síndrome hipereosinofílica/leucemia eosinofílica crônica com rearranjo FIP1L1 - PDGFR (dose inicial 100 mg/dia): se a contagem absoluta de neutrófilos < 1 x 109/L e plaquetas ≥ 75 x 109/L; retomar o tratamento com a dose prévia.

 

  • DFSP (dermatofibrossarcoma protuberans): Se a contagem absoluta de neutrófilos < 1 x 109/L e/ou plaquetas < 50 x 109/L, aguardar até a contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,5 x 109/L e plaquetas ≥ 75 x 109/L; retomar o tratamento com a dose reduzida de 600 mg/dia. Se ocorrer a diminuição dos neutrófilos ou plaquetas, aguardar até a recuperação, e reinstituir o tratamento com a dose reduzida para 400 mg/dia.

MONITORIZAÇÃO

  • Contagem sanguínea completa (semanal no primeiro mês, quinzenal no segundo mês, então periodicamente depois disso), teste de função hepática (basal e mensalmente ou como indicação clínica; mais frequentemente (pelo menos semanal) em pacientes com insuficiência hepática moderada para severa (Ramanathan, 2008), função renal, eletrólitos sérico (incluindo cálcio, fósforo, potássio e nível de sódio); teste de função da tireoide (em pacientes que realizaram tireoidectomia); fadiga, peso, e edema/estado líquido; considerar ecocardiograma e nível de troponina sérica em pacientes com síndrome hipereosinofílica/leucemia eosinofílica crônica, e em pacientes com síndrome mielodisplásica ou mastocitose sistemático agressivo com alto nível de eosinofilia; em pacientes pediátricos também monitorizar a glicose sérica e albumina.
  • Monitorizar os sinais/sintomas da insuficiência cardíaca congestiva em pacientes com risco de falência cardíaca ou pacientes com doença cardíaca preexistente.
  • No Canadá, a avaliação inicial da ejeção da fração ventricular esquerda é recomendada para iniciar a terapia com imatinibe em todos os pacientes que possuem doença cardíaca conhecidas subjacentes ou em pacientes idosos.

CONDUTA NUTRICIONAL

  • Náuseas e vômitos: evitar consumir líquidos durante as refeições; não ficar próximo da área do preparo de alimentos; preferir alimentos gelados e/ou em temperatura ambiente e de fácil digestão; ingerir líquidos em pequena quantidade, várias vezes por dia (atenção à hidratação).
  • Diarreia: evitar consumir leites e derivados, frutas e sucos de frutas laxativas, alimentos que contenham grãos ou farinhas integrais, leguminosas e verduras (como: brócolis, couve-flor, couve, alface). Estimular a ingestão de líquidos para evitar a desidratação.
  • Anorexia: ingerir alimentos conforme aceitação, em pequenas quantidades (2/2 horas ou 3/3 horas); fracionar as refeições em 4 a 6 vezes ao dia. Elaborar preparações coloridas e variadas, e incluir novos alimentos no cardápio.
  • Consumir alimentos calóricos e, se necessário, utilizar complemento nutricional hipercalórico e hiperprotéico.
  • Ganho de peso: realizar refeições equilibradas e saudáveis em ambiente tranquilo, sem pressa, mastigando bem os alimentos. Evitar frituras, alimentos ricos em gorduras, ricos em açúcar e sal. Preferir alimentos cozidos, assados e grelhados. Consumir hortaliças e frutas diariamente e não esquecer que as dietas deverão ser individualizadas.
  • Constipação/obstipação: consumir alimentos ricos em fibras como: frutas frescas, frutas secas, produtos integrais, leguminosas e hortaliças; ingerir líquidos adequadamente, nos intervalos das refeições, para auxiliar no funcionamento intestinal.
  • Neutropenia: redobrar a atenção à higienização e no preparo dos alimentos para evitar infecções; lavar frutas e hortaliças em água corrente e colocá-las em imersão em solução desinfetante com hipoclorito; evitar alimentos mal cozidos ou mal passados. Em alguns casos será necessário restringir alimentos crus (consultar seu médico e/ou nutricionista).
  • Anemia: aumentar o consumo de alimentos de origem animal, fontes de ferro como: carnes bovinas, aves, peixes e fígado de boi ou de galinha. Ingerir também alimentos vegetais, fontes de ferro como: leguminosas, frutas secas, vegetais de cor verde escuro. Evitar consumir, ao mesmo momento, outros alimentos que prejudiquem a absorção de ferro, como por exemplo: chá preto, café, farelo de trigo, chocolate e alimentos ricos em cálcio (leite e derivados). Consumir alimentos ricos em vitamina C (laranja, limão, abacaxi, acerola e kiwi) pois auxiliam na absorção do ferro de alimentos de origem vegetal.

 

Última atualização: 26/08/2024
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