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Antineoplásico/ Imunomodulador
ETOPOSIDO

Eunades 100mg (frasco ampola 5 mL)

Posologia

Consultar os protocolos individuais por doença

POTENCIAL EMETOGÊNICO

  • Baixo (10 - 30%)

PRÉ-MEDICAÇÃO

  • Dexametasona 8 - 12 mg, VO ou IV, em cada dia do ciclo ou metoclopramida 10 - 20 mg, VO ou IV, a cada 6 horas.
  • Opcional: lorazepam 0,5 - 2mg, VO, a cada 4 ou 6 horas, s/n, D1 a D4 e omeprazol ou ranitidina.
  • Monitorizar reações distônicas; usar difenidramina 25 - 50 mg, VO ou IV, a cada 4 - 6 horas para reações distônicas.

PREPARO/ADMINISTRAÇÃO

Diluição: SG 5% ou SF (0,2 a 0,4 mg/mL).

Estabilidade: Em frasco de polivinilcloreto (PVC), após diluição é de 96 horas TA para concentrações de 0,2 mg/mL e de 24 horas TA para concentrações de 0,4 mg/mL. Pode ocorrer precipitação com concentrações > 0,4 mg/mL. Não compatível com PVC.

A injeção de etoposídeo, diluída a 10 mg/mL em SF para administração VO, pode ser armazenada por 22 dias em seringas plásticas orais em TA. Misturar com suco de laranja, maçã ou com limonada em uma concentração ≤ 0,4 mg/mL e utilizá-la em até 3 horas.

Tempo de Infusão: Sob a forma de bôlus (30 - 60 minutos) ou de infusão contínua de 24 horas. Doses mais baixas devem ser administradas por IV secundária por, no mínimo, 30 minutos para minimizar o risco de reações hipotensivas. Doses altas, em que a diluição ≤ 0,4 mg/mL não for possível, deve-se considerar a infusão lenta do medicamento não diluído pela infusão de SF, SG 5% ou SGF que estiver em curso ou utilizar o fosfato de etoposídeo.

POTENCIAL VESICANTE/IRRITANTE

  • Irritante.

Nota: soluções de etoposídeo de 0,1 - 0,4 mg/mL podem ser filtradas através de um filtro de 0,22 mícron sem que ocorra dano ao filtro ou perda importante do medicamento.

Apenas no transplante de medula óssea (TMO): a formulação de etoposídeo contém 30,3% de etanol (v/v), onde 2,4 mg/m² de etoposideo liberam 45 g/m² IV de etanol. Os efeitos adversos podem aumentar com a administração de etoposídeo em pacientes com clearance da creatinina reduzido.

 

Ajuste Renal

​A bula aprovada pela FDA recomenda:

  • Administrar 75% da dose caso Clcr for entre 15 - 50 mL/min
  • Considerar maiores reduções da dose caso Clcr for < 15 mL/min.

Alguns médicos recomendam a administração: 

  • 75% e 50% da dose em casos de Clcr entre 10 - 50 mL/min e Clcr < 10 mL/min, respectivamente.

Para casos de hemodiálise e diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC), deve-se administrar metade da dose em crianças, porém em adultos não se faz necessária dose suplementar. Em caso de terapia de substituição renal contínua, deve-se administrar 75% da dose tanto em crianças como adultos (Arnoff, 2007).

Outro protocolo de ajuste a ser adotado é: 

  • Clcr for de 46 - 60 mL/min, administrar 85% da dose; 
  • Clcr for de 31 - 45mL/min, administrar 80% da dose; 
  • Clcr for < 10 mL/min, administrar 75% da dose (Kintzel, 1995).
Alerta

REAÇÕES ADVERSAS

> 10%

  • Dermatológicas: alopecia;
  • Endócrinas e metabólicas: insuficiência ovariana, amenorreia;
  • Gastrointestinais: náusea ou vômito, anorexia, diarreia, mucosite ou esofagite (com altas doses);
  • Hematológicas: leucopenia, trombocitopenia, anemia.

1 a 10%

  • Cardiovasculares: hipotensão arterial;
  • Gastrointestinais: estomatite, dor abdominal;
  • Hepáticas: hepatotoxicidade;
  • Neuromusculares e esqueléticas: neuropatia periférica;
  • Miscelânea: reação anafilática (infusão IV: incluindo calafrios, febre, taquicardia, broncoespasmo, dispneia).

< 1% (limitadas a reações importantes ou potencialmente letais)

  • Acidose metabólica, alteração do paladar, apneia associada à hipersensibilidade, cefaleia, cegueira (passageira, cortical), cianose, ciclos anovulatórios, constipação, crises convulsivas, diaforese, disfagia, dorsalgia ou lombalgia, edema facial, edema lingual, eritema, extravasamento (induração, necrose, edema), fadiga, febre, fibrose pulmonar, fraqueza, hepatite, hepatotoxicidade, hiperpigmentação, hipersensibilidade, hipersensibilidade da pele irradiada, hipomenorreia, ICC, infarto do miocárdio, laringoespasmo, mal-estar, necrólise epidérmica tóxica, neurite óptica, perivasculite, pneumonite intersticial, prurido, rash cutâneo, rash cutâneo maculopapular, síndrome de Stevens-Johnson, sonolência, taquicardia, tosse, trombofl ebite, urticária.

Transplante de medula óssea (TMO)

  • Cardiovasculares: hipotensão arterial (relacionada à infusão).
  • Dermatológicas: alopecia, lesões cutâneas que parecem a síndrome de Stevens-Johnson.
  • Endócrinas e metabólicas: acidose metabólica.
  • Gastrointestinais: mucosite, náusea e vômito graves.
  • Hepáticas: hepatite.
  • Miscelânea: intoxicação por etanol, processos malignos secundários.
  • Interações Medicamentosas:
  • Evitar o uso concomitante de etoposídeo com natalizumabe e vacinas de vírus vivos. O etoposídeo pode aumentar os níveis e efeitos de antagonistas da vitamina K, leflunomida, natalizumabe e vacinas de vírus vivos. Os níveis e efeitos do etoposídeo podem ser aumentados por ciclosporina, dasatinibe, inibidores fortes e moderados da CYP3A4, trastuzumabe e inibidores da glicoproteína P.
  • O etoposídeo pode reduzir os níveis e efeitos de antagonistas da vitamina K e vacinas de vírus inativados. Os níveis e efeitos do etoposídeo podem ser reduzidos por barbituratos, deferasirox, equinácea, fenitoína, indutores fortes da CYP3A4 e indutores da glicoproteína P. Evitar uso de etanol devido à irritação GI. Evitar uso concomitante de erva-de-são-joão devido à redução dos níveis de etoposídeo.

AJUSTE DE DOSE EM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

A bula aprovada pela FDA não contém diretivas para o ajuste da dose no caso de comprometimento hepático. Alguns médicos recomendam a administração da metade da dose caso:

  • bilirrubinas forem de 1, 5 - 3 mg/dL ou AST > 3 vezes o limite normal superior (Floyd, 2006);
  • bilirrubinas forem de 1, 5 - 3 mg/dL ou AST ou ALT > 180 unidades/L (King, 2001);
  • bilirrubinas forem de 1, 5 - 3 mg/Dl ou AST > 180 unidades/L (Koren, 1992).

Outro protocolo a ser considerado é se caso as bilirrubinas variarem de 1, 5 - 3 mg/dL ou AST de 60 - 180 unidades/L, deve-se administrar metade da dose e se bilirrubinas forem > 3 mg/dL ou AST > 180 unidades/L, evitar o uso de etoposídeo (Perry, 1982).

Donelli, 1998: A disfunção hepática pode reduzir o metabolismo e aumentar a toxicidade do etoposídeo. Doses IV normais de etoposídeo devem ser administradas a pacientes com disfunção hepática (reduções da dose podem acarretar concentrações subterapêuticas); entretanto, ter cuidado na disfunção hepática concomitante (grave) e na disfunção renal, uma vez que o clearance metabólico menor não pode ser compensado pelo clearance renal maior.

MONITORIZAÇÃO

  • Hemograma completo com contagem diferencial;
  • Contagem plaquetária, hemoglobina e  bilirrubinas;
  • Sinais vitais (pressão arterial);
  • Provas de função renal.

CONDUTA NUTRICIONAL

  • Náuseas e vômitos: evitar consumir líquidos durante as refeições; não ficar próximo da área do preparo de alimentos; preferir alimentos gelados e/ou em temperatura ambiente e de fácil digestão; ingerir líquidos em pequena quantidade, várias vezes por dia (atenção à hidratação).
  • Anorexia: ingerir alimentos conforme aceitação, em pequenas quantidades (2/2 horas ou 3/3 horas); fracionar as refeições em 4 a 6 vezes ao dia. Elaborar preparações coloridas e variadas e, incluir novos alimentos no cardápio. Consumir alimentos calóricos e, se necessário, utilizar complemento nutricional hipercalórico e hiperprotéico.
  • Diarreia: evitar consumir leites e derivados, frutas e sucos de frutas laxativas, alimentos que contenham grãos ou farinhas integrais, leguminosas e verduras (como: brócolis, couve-flor, couve, alface). Estimular a ingestão de líquidos para evitar a desidratação.
  • Mucosite ou Esofagite: evitar os alimentos ácidos, picantes, crocantes, duros, cortantes ou que possam machucar a mucosa; preferir alimentos macios e, se houver necessidade de alteração na consistência, utilizar alimentos pastosos ou líquidos. Não consumir alimentos em temperaturas extremas (muito quente ou muito fria) e bebidas com gás ou alcoólicas. Se necessário, incluir complemento nutricional hipercalórico e hiperprotéico.
Última atualização: 11/10/2016
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