Você está em: Manual Farmacêutico


Fórmulas Padronizadas de NPT

​As vantagens de uma formulação padronizada são inúmeras, destacando-se: limitar o uso inadvertido de certos componentes (p.ex.: albumina), minimizar a manipulação e diminuir sensivelmente os custos.

Abaixo relacionamos alguns aspectos que visam minimizar as complicações e manter o propósito inicial do projeto de padronização de formulações de dietas para uso parenteral.

  • Não serão permitidas quaisquer alterações nas formulações padronizadas. Caso haja necessidade de adequar alguma formulação padronizada, esta será considerada como uma prescrição individualizada e deverá ser solicitada através de impresso próprio (Prescrição de Nutrição Parenteral Adulto) e entregue na farmácia da unidade.
  • As embalagens NPT padronizadas apresentarão, além da descrição da fórmula, uma tarja com uma cor que corresponderá a uma única formulação (p. ex. NPT para nefropatas, cor amarela).
  • Os micronutrientes (vitaminas e oligoelementos) serão adicionados somente em uma bolsa/dia, e esta deverá ser administrada antes da(s) outra(s), sem vitaminas e oligoelementos. Pode-se identificar as bolsas com e sem vitaminas e oligoelementos pelo rótulo e pela cor:
  • Com vitaminas e oligoelementos: amarelo claro
  • Sem vitaminas e oligoelementos: branco
  • Em cada posto de enfermagem há disponível uma pasta com todas as formulações padronizadas, para eventual consulta de sua composição.
     

As NPT padronizadas são solicitadas pela prescrição eletrônica, e as prescrições individualizadas (adulto e pediátrica), através do preenchimento do impresso próprio, sendo entregues nas farmácias das unidades.

A seguir, relacionamos as fórmulas de todas as NPT padronizadas, com a diferenciação de cores utilizada para a confecção dos rótulos e um pequeno comentário a respeito das formulações especiais (Periférica, Hipercatabólica, Nefropata e Hepatopata).

Fórmula Parenteral Nº 1 PERIFÉRICA
Nutrição Parenteral Periférica é um meio de suporte nutricional através do qual uma solução parenteral é administrada diretamente em uma via periférica. A formulação periférica fornece uma quantidade limitada de calorias, proteínas e outros nutrientes para pacientes que não podem se alimentar adequadamente pela via enteral. Caso seja usada exclusivamente, é bom ter em mente que o suporte parenteral periférico é bastante limitado, não devendo se constituir como único aporte calórico-proteico por períodos superiores a 7 dias.

Quanto à composição, a formulação parenteral periférica apresenta alguns aspectos que a tornam compatível com administração em veia periférica, a saber: menor osmolaridade total, conseguida através de uma maior oferta calórica através de lípides e uma menor quantidade de potássio.

 

​PADRÃO 01 - periférica
 

​ ​ ​ ​ 

PARÂMETRO

 
UNIDADE
(por litro
de solução)​ ​
​OLICLINOMEL
​N4-550
​ ​AMINOÁCIDO ​TOTAIS ​g ​22
​NITROGÊNIO ​g ​3,6
GLICOSE​ ​ ​ANIDRA ​g ​80
​MONO-H20 ​g ​88

 

​LIPÍDEO

​TCL ​g ​0
​TCL/TCM ​g ​0
​OLIVA ​g ​20
​SMOF ​g ​0
​LIPOPLUS ​g ​0
SÓDIO mEq​ ​21
​mmol ​21
POTÁSSIO​ ​ ​ ​ mEq​ ​16
​mmol ​16
​FÓSFORO (HPO4) ​mEq ​8,5
​ ​ ​ ​MAGNÉSIO mEq​ ​4,4
mmol​ ​2,2
​CÁLCIO ​ ​ ​ mEq​ ​4
​mmol ​2
​CLORETO ​ ​ ​ mEq ​33
​mmol ​33
​ ​MALATO ​mmol ​0
​ ​ACETATO ​mmol ​30,5
ZINCO​ ​ ​ ​ ​mEq ​0
mmol​ ​0

 

 

ENERGIA​ ​ ​ ​ ​ ​

TOTAL​ Kcal​ ​610
​NÃO PROTEICA Kcal​ ​520
AMINOÁCIDOS​ ​Kcal ​90
GLICOSE​ ​Kcal ​320
LIPÍDEOS​ Kcal​ ​200
​Kcal/g.N Kcal​ ​144

 

OUTROS​ ​ ​ ​

OSMOLARIDADE​ ​mOsm/l ​750
pH​ ​* ​6
APRESENTAÇÃO​ ​ml ​1000
ACESSO​ ​* ​periférico *

*Pode ser usada em acesso central

 

​NUTRIÇÃO PARENTERAL PADRÃO 02 - Central - Industrializada

 

PARÂMETRO​ ​ ​ ​ UNIDADE
(por litro
de solução)​ ​
OLICLINOMEL®​
N7-1000
​ ​AMINOÁCIDO ​TOTAIS ​g ​40,0
​NITROGÊNIO ​g ​6,6
​ ​GLICOSE ​ANIDRA ​g ​0,0
​MONO-H20 ​g ​160,0

 

LIPÍDEO

​TCL ​g ​0,0
​TCL/TCM ​g ​0,0
​OLIVA ​g ​40,0
​SMOF ​g ​0,0
​LIPOPLUS ​g ​0,0
​ ​ ​ ​SÓDIO ​mEq ​32,0
​mmol ​32,0
​ ​ ​ ​POTÁSSIO ​mEq ​24,0
​mmol ​24,0
​ ​FÓSFORO (HPO4) ​mEq ​10,0
​ ​ ​ ​MAGNÉSIO ​mEq ​8,8
​mmol ​4,4
​ ​ ​ ​CÁLCIO ​mEq ​4,0
​mmol ​2,0
​ ​ ​ ​CLORETO ​mEq ​48,0
​mmol ​48,0
​ ​MALATO ​mmol ​0,0
​ ​ACETATO ​mmol ​57,0
​ ​ ​ ​ZINCO ​mEq ​0,0
​mmol ​0,0

 

 

ENERGIA

​TOTAL ​Kcal ​1200,0
​NÃO PROTEICA ​Kcal ​1040,0
​AMINOÁCIDOS ​Kcal ​160,0
​GLICOSE ​Kcal ​640,0
​LIPÍDEOS ​Kcal ​400,0
​Kcal/g.N ​Kcal ​158,0
​GLIC/Kcal ​% ​45,0
​LIP/Kcal ​% ​40,0

 

OUTROS

​OSMOLARIDADE ​mOsm/l ​1450,0
​pH ​* ​6,0
​APRESENTAÇÃO ​ml ​1000,0
ACESSO ​* ​central
 

Fórmula Parenteral Nº 3 - HIPERCATABÓLICA

O paciente hipercatabólico tem uma necessidade aumentada dos requerimentos calórico-proteicos. A formulação do suporte nutricional deve levar em conta consideráveis graus de depleção proteica e importantes anormalidades no metabolismo da glicose nesses pacientes (neoglicogênese ativa, resistência à insulina, etc).

Na prática, é importante salientar que, embora as necessidades estejam aumentadas, o fornecimento de uma dieta hipercalórica no paciente grave deve ser evitada. Em função do perfil metabólico desses pacientes, a administração elevada de calorias é incapaz de ser metabolizada de forma adequada, sendo acompanhada de efeitos indesejáveis.

Considerando esses aspectos, procuramos formular uma Nutrição Parenteral com um maior aporte proteico, traduzido por uma relação calorias não-proteicas/Nitrogênio em torno de 100:1; uma menor oferta de calorias na forma de glicose e um valor calórico total que não excedesse 1000Cal/frasco.

Os dois principais objetivos do suporte nutricional em pacientes com insuficiência renal são: satisfazer as necessidades proteicocalóricas e prevenir ou minimizar a toxicidade urêmica.

Atualmente, o uso de aminoácidos essenciais na terapia nutricional de pacientes renais é preferível, uma vez que seu metabolismo gera menos ureia, tornando-se uma forma atrativa de suporte nutricional sem agravo da uremia.

Contudo, tal formulação  não é recomendada em pacientes desnutridos, com insuficiência renal em tratamento dialítico ou que estejam hipercatabólicos. O seu uso exclusivo não deve exceder a duas semanas.

Não incluímos potássio na formulação, uma vez que esses pacientes normalmente apresentam dificuldade em manter o seu balanço, com tendência a hiperpotassemia. 

Última alteração: 09/14/2021

© Todos os direitos reservados